Entre os principais tipos de absenteísmo estão o justificado, o injustificado, o motivado por doença, por razões legais ou sindicais, além de atrasos e saídas antecipadas, cada um com impactos distintos sobre a rotina e a produtividade empresarial.
O importante é entender que mais do que um dado estatístico nos relatórios de RH, o absenteísmo reflete o panorama da saúde, do bem-estar e da satisfação dos colaboradores. Monitorar esse indicador é fundamental para otimizar custos, elevar a produtividade e promover um ambiente de trabalho mais sustentável.
Antes de falarmos dos tipos, é importante reforçar o conceito. Absenteísmo significa a ausência do colaborador durante sua jornada de trabalho, seja ela parcial (chegadas atrasadas, saídas antecipadas) ou total (faltas e afastamentos).
Na prática, isso impacta diretamente na operação da empresa. Um funcionário ausente pode gerar sobrecarga para os colegas, queda na produtividade, atraso em entregas e até prejuízos financeiros.
O Jornal Brasileiro de Economia e Saúde divulgou um estudo que analisa os impactos do absenteísmo vindos de transtornos mentais, chegando na conclusão de que foram registrados 5.664.800 dias contabilizados como ausências dos colaborados, gerando um custo indireto de cerca de R$ 1.889.554.416,60.
Por isso, compreender os diferentes tipos de absenteísmo é o primeiro passo para agir de forma estratégica.
O absenteísmo não acontece de uma única forma. Ele pode ter origens distintas e, portanto, exige políticas e ações específicas de gestão.
O absenteísmo justificado ocorre quando o colaborador apresenta uma justificativa formal para sua ausência, geralmente amparada por lei.
Alguns exemplos:
Atestados médicos;
Licença maternidade e paternidade;
Afastamentos por acidente de trabalho;
Doação de sangue;
Convocação para serviço militar ou júri.
Embora seja inevitável em muitos casos, esse tipo de ausência precisa ser monitorado. Uma alta incidência pode indicar problemas de saúde ocupacional, ergonomia inadequada ou até sobrecarga de trabalho.
Monitorar dados de absenteísmo justificado ajuda a empresa a entender padrões e agir preventivamente, por exemplo, oferecendo programas de saúde e bem-estar.
Aqui entram as faltas em que não há justificativa ou documentação. Esse é um dos tipos mais sensíveis, pois pode estar ligado a:
Desmotivação;
Falta de engajamento;
Problemas pessoais não comunicados;
Desalinhamento com a liderança.
O absenteísmo injustificado deve ser tratado como um alerta de desmotivação ou insatisfação e não apenas como uma questão disciplinar.
Estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostram que empresas com baixos índices de engajamento e suporte apresentam até 30% mais ocorrências de faltas em comparação às organizações que investem em cultura e clima organizacional.
Esse é um dos tipos mais frequentes. Ocorre quando o colaborador apresenta afastamentos devido a problemas de saúde física ou mental.
Nos últimos anos, os transtornos de saúde mental têm se tornado uma das principais causas de afastamento no Brasil. Em 2024 foi registrada um recorde de afastamentos advindos de saúde mental, chegando a 472.328 licenças concedidas, o que representa um aumento de quase 70%, de acordo com o G1.
Além disso, problemas como doenças osteomusculares, que estão diretamente ligados à ergonomia do posto de trabalho, também representam grande parte dos afastamentos.
Esse tipo de ausência ocorre quando o colaborador precisa se ausentar para cumprir obrigações legais ou sindicais, como:
Participação em assembleias;
Atividades de representação sindical;
Convocação judicial.
São situações previstas em lei e, portanto, não podem ser negadas pela empresa. Ainda assim, é fundamental acompanhar a frequência e planejar as equipes para minimizar impactos na operação.
Muitas vezes, o foco está apenas em faltas ou afastamentos longos, mas pequenos atrasos diários ou saídas antecipadas também configuram absenteísmo.
Apesar de parecerem menos graves, acumulam horas perdidas e podem gerar grandes prejuízos ao longo do tempo.
Por exemplo, um colaborador que atrasa 15 minutos por dia acumula, em um ano, mais de 60 horas não trabalhadas, o que equivale a quase 8 dias úteis.
Conhecer os diferentes tipos de absenteísmo permite que as empresas:
Mapeiem causas reais das ausências;
Segmentem indicadores para não tratar todos os casos da mesma forma;
Criem planos de ação personalizados, como programas de saúde, melhorias na comunicação interna ou ações de engajamento;
Reduzam custos com afastamentos e substituições;
Fortaleçam a cultura organizacional.
Empresas que monitoram e atuam de forma estratégica conseguem reduzir significativamente as ausências, trazendo melhores resultados para a empresa, além de experiências mais satisfatórias para ois colaboradores.
Além de identificar os tipos de absenteísmo, é fundamental agir para reduzir os índices. Algumas práticas recomendadas são:
Implantar programas de saúde e bem-estar – investir em ergonomia, ginástica laboral, acompanhamento psicológico e campanhas de prevenção.
Fortalecer a cultura organizacional – colaboradores engajados faltam menos. Transparência, reconhecimento e propósito fazem diferença.
Acompanhar indicadores em tempo real – ferramentas de gestão de absenteísmo ajudam a identificar padrões e agir de forma preventiva.
Treinar líderes – gestores preparados são capazes de identificar sinais precoces de desmotivação ou problemas de saúde em suas equipes.
Comunicar de forma clara as políticas internas – regras bem definidas de recebimento de atestados e justificativas evitam ruídos e garantem justiça.
O absenteísmo é um reflexo direto da realidade da empresa. Cada tipo de ausência conta uma história diferente e exige atenção específica.
O justificado mostra a necessidade de um acompanhamento próximo dos colaboradores;
O injustificado apontam para problemas de engajamento;
O por doença traz à tona a importância da saúde mental e ocupacional;
O por motivos legais reforça a necessidade de planejamento;
Os atrasos e saídas antecipadas lembram que pequenos detalhes também somam.
Entender os tipos de absenteísmo não é apenas uma questão de controle, mas sim de estratégia de gestão de pessoas. Empresas que tratam o tema com seriedade conseguem reduzir custos, melhorar o engajamento e alcançar resultados mais sustentáveis.
Se a sua empresa ainda não monitora o absenteísmo de forma estruturada, este é o momento de repensar processos e investir em ferramentas de gestão. Afinal, cuidar das pessoas é o caminho mais seguro para cuidar do negócio.