Antes de falarmos sobre essa temática importante, precisamos refletir sobre o próprio conceito da saúde mental. De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS):
Saúde mental é um estado de bem-estar mental que permite que as pessoas lidem com os momentos estressantes da vida, desenvolvam todas as suas habilidades, sejam capazes de aprender e trabalhar adequadamente e contribuam para a melhoria de sua comunidade.
Como descrito pela OPAS, diz respeito às condições essenciais para que as pessoas possam estabelecer uma rotina equilibrada e eficaz na execução de suas funções, estando diretamente atrelada ao desempenho profissional.
Hoje em dia, passamos grande parte de nossos dias em escritórios, fábricas, industrias, ou até mesmo em casa, no home office, logo nosso ambiente de trabalho deve propiciar boa experiências, diminuindo as chances do surgimento de riscos psicossociais atrelado ao trabalho.
Esses riscos podem surgir a partir de uma série de causas, como pressão pelos resultados, demandas excessivas, prazos curtos, assédio, insegurança sobre estabilidade no emprego e falta de suporte, impactando significativamente na produtividade do colaborador.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), por volta de 12 bilhões de dias úteis são perdidos por ano por conta da depressão e ansiedade, o que resulta em um custo total de US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.
O Burnout, uma das principais síndromes advindas de ambientes de trabalho estressantes, gera cerca de 33% de custo para os empregadores, não contabilizando ainda a falta de produtividade para a empresa.
O Burnout é uma síndrome que resulta do estresse excessivo no ambiente de trabalho, manifestando-se através da exaustão física e mental, o que leva a uma perda significativa de produtividade.
A síndrome não surge repentinamente; ela se desenvolve ao longo de um extenso período de condições inadequadas na rotina do trabalhador, progredindo de forma gradual.
Os sintomas não físicos são os mais correlacionados diretamente ao burnout, sendo os principais
Por mais que o Burnout seja um síndrome majoritariamente causada por questões psicológicas, pode ter grandes efeitos físicos também, alguns deles podem ser:
De acordo com uma pesquisa da Gallup, empresa de analise e consultoria, o Burnout é responsável por cerca de 15% a 20% do total da folha de pagamento em custos de rotatividade voluntária, trazendo um grande impacto nos caixas das organizações.
Mas muito além disso, o presenteísmo se faz relevante quando falamos de Burnout. O presenteísmo é um termo para indicar a presença dos colaboradores nas empresas, mas sem uma produtividade satisfatória, geralmente relacionado a saúde, mas que não o impede de ir ao ambiente de trabalho. Para entender um pouco melhor trouxemos a imagem abaixo:
Estes indivíduos que acabam sendo presenteístas no dia a dia de trabalho podem gerar mais prejuízos para a organização do que aqueles que realmente faltam, uma vez que existe um período de recuperação e retomada de entregas posteriormente a suas ausências, o que não ocorre no presenteísmo.
Devem ser desenvolvidas medidas para impedir que o presenteísmo seja uma prática recorrente, e que esta não se agrave e leve para o Absenteísmo, garantindo assim um menor custo e prejuízo para as organizações e melhores vivências para os funcionários.
As lideranças da empresa são grandes responsáveis por conduzir as experiências de seus times, propiciando um ambiente de desenvolvimento e seguro para todos.
Uma das maneiras de reduzir a sobrecarga, e conseguir trabalhar metodologias que visem a evolução gradual do time, impedindo assim demandas iniciais muito pesadas e que podem gerar estresse excessivo.
Uma metodologia que pode auxiliar no desenvolvimento de autonomia do time, delegando de maneira responsável e gradual, é a Delegation Poker, que apresenta diferentes estágios de autonomia que devem ser trabalhados para que chegue no nível mais alto de delegação.
Falar: O líder irá dizer o que deve ser feito;
Vender: O líder tentará vender a ideia do que deve ser feito;
Consultar: O líder consultará o time para tomar a decisão;
Concordar: O líder irá construir em conjunto com o time;
Aconselhar: O líder irá aconselhar, mas o time irá decidir;
Perguntar: O líder irá validar depois de estar pronto;
Delegar: O líder irá delegar completamente;
Com o uso da metodologia, teremos um acréscimo de carga gradual, garantindo a não delegação de demandas abusivas em primeiro momento.
Para conseguir trabalhar a melhoria continua dos colaboradores, também é interessante utilizar dos PDI (planos de desenvolvimento individual) que não só prezam pela formação dos membros de seus times, mas também para as condições de trabalho e melhoria de suas experiências, construindo um ambiente mais acolhedor.
Ter a saúde mental em dia é um direito de todo e qualquer cidadão brasileiro, e é nosso dever promover ações que propiciem cada vez mais o bem estar de nossos colaboradores.
Para saber mais sobre o assunto, a Closecare preparou uma conversa com Rui Duarte Brandão, co-fundador do Zenklub e VP de saúde mental da Conexa na nossa próxima edição do Close Experts #10, não fique de fora e já se inscreva no link abaixo!
PDI (Plano de Desenvolvimento Individual): o que é, como fazer, erros comuns e boas práticas