Segundo a OMS, a depressão é uma epidemia mundial e desde 2020 ela é a principal responsável pelos afastamentos dos funcionários dos seus postos de trabalho. Saiba mais:
Os transtornos mentais relacionados ao trabalho podem ser causados por diversos fatores, como a composição química do ambiente, gestão inadequada, excesso de carga de trabalho e a interação desses elementos.
O ambiente profissional impacta diretamente a saúde mental dos trabalhadores. Além da exposição a substâncias químicas e agentes biológicos, as relações interpessoais e a estrutura organizacional são fatores decisivos para o adoecimento mental.
No Brasil, os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho, devido à invisibilidade das cargas psíquicas que afetam os trabalhadores no dia a dia.
Em 2017, foram encontrados os seguintes números:
Os prejuízos relacionados aos transtornos mentais custam tanto para os indivíduos, quanto para a sociedade.
Além dos inúmeros prejuízos à saúde que a depressão causa, há também significativos problemas socioeconômicos que devem ser considerados.
Funcionários doentes, que faltam ou que não exercem seu potencial pleno, produzem menos e geram prejuízos.
Segundo estudo da London School of Economics, no ano de 2016 houve um gasto de aproximadamente R$ 800 bilhões de reais com a depressão no mundo.
Só o Brasil, país que ocupa o segundo lugar entre os países com maior valor em perdas ligadas à depressão no trabalho, teve um prejuízo de R$ 206 bilhões de reais.
As doenças mais frequentemente ligadas ao adoecimento no ambiente de trabalho incluem:
Demência em outras doenças específicas classificadas em outros locais;
Delirium, não sobreposto à demência;
Transtorno cognitivo leve;
Transtorno orgânico de personalidade;
Transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado;
Alcoolismo crônico (relacionado ao trabalho);
Episódios depressivos;
Estado de estresse pós-traumático;
Neurastenia (inclui síndrome de fadiga);
Outros transtornos neuróticos especificados (inclui neurose profissional);
Transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não orgânicos;
Sensação de estar acabado (síndrome de burn-out, síndrome do esgotamento profissional);
Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego;
Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas;
Outros transtornos ansiosos;
Reações ao stress grave e transtornos de adaptação;
Transtorno Somatoforme.
A partir do diagnóstico da patologia e da confirmação da sua relação com o trabalho, os serviços de saúde responsáveis pela atenção à saúde do seu trabalhador devem:
Esse processo de gestão do quadro de saúde do funcionário vai possibilitar que sua empresa esteja preparada para evitar novos casos ou para melhor lidar com novas situações.
Não há um consenso que permita classificar com precisão os distúrbios psíquicos relacionados ao trabalho, há apenas um acordo sobre sua origem.
Para estabelecer a ligação entre transtornos mentais e o ambiente de trabalho, é necessário correlacionar a patologia com fatores de risco ocupacionais, analisando a organização do trabalho para identificar aspectos patológicos.
O principal desafio na associação dos transtornos mentais ao trabalho é justamente estabelecer essa conexão entre o adoecimento psíquico e os elementos da organização laboral.
A prevenção dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho deve se basear nos procedimentos de vigilância dos agravos à saúde e dos ambientes e condições laborais.
É necessário um planejamento integrado de ações e é desejável que o suporte ao funcionário seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar com todo o sofrimento psíquico e com os aspectos sociais e ambientais que o cercam.
A intervenção sobre essas condições de trabalho se baseia no processo de análise do trabalho e da atividade desenvolvida, buscando conhecer, entre outros aspectos:
Aqui estão algumas sugestões para preservar a saúde mental dos funcionários:
Saber a opinião dos funcionários é fundamental para garantir uma ambiente favorável à saúde física e mental do colaborador. Realize periodicamente essas pesquisas e fique mais próximo do seu funcionário.
Sabemos que a maioria das pessoas passa a maior parte do tempo no ambiente de trabalho e isto acaba influenciando negativamente em diversos pontos como na alimentação e no sedentarismo, fomentando o desenvolvimento de doenças crônicas.
Portanto é válido promover ações de saúde, campanhas informativas e palestras sobre as doenças mais prevalentes no ambiente laboral.
Incentive mudança de hábitos entre a sua equipe, um bom modo é criar uma competição saudável entre os colaboradores resultando em prêmios para os maiores resultados de mudança.
Não deixe de colocar em prática todas as determinações legais contidas nas Normas Regulamentadoras que preveem a saúde e segurança do seus funcionário – PCMSO, uso de EPI's, PPRA, CIPA, etc.
Desenvolva ações ergonômicas para os seus colaboradores, um bom modo é inserir pausas ao longo do trabalho para realização de ginástica laboral.
Cursos como esses engajam o seu colaborador e o motivam a investir em um plano de carreira, reduzindo o turnover da sua empresa.
Mobílias em boas condições, áreas para alimentação e repouso, iluminação adequada e espaços confortáveis contribuem para a qualidade de vida no trabalho.
Crie espaços confortáveis para pequenas pausas ao longo do trabalho, como por exemplo para tomar um café. Uma boa área de convivência pode renovar a energia do funcionário ao longo do dia e aumentar sua produtividade.
Riscos psicossociais específicos tornam o sexo feminino mais vulnerável ao estresse relacionado ao trabalho.
Lembre-se: os casos de Transtornos Mentais Relacionados ao trabalho devem ser notificados ao SUS, através do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) e à Previdência Social, por meio da CAT (Comunicação da Previdência Social).