Prevenção de acidentes

FAP: O que é e como reduzir

Entenda o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e saiba como reduzir custos e melhorar a segurança no trabalho com estratégias eficazes.


O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) é um índice crucial para a gestão de custos e segurança no ambiente de trabalho. Ele reflete o desempenho da empresa em relação a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais registrados em um período específico, sendo utilizado para ajustar a alíquota do Risco Ambiental do Trabalho (RAT), que incide sobre a folha de pagamento.

Compreender seu cálculo e aplicar estratégias eficazes para reduzi-lo pode gerar economia significativa e melhorar as condições de trabalho.

  1. O que é o FAP e como ele é calculado?
  2. Impactos financeiros e organizacionais
  3. Estratégias para reduzir o FAP
  4. Taxas de frequência e gravidade: indicadores de desempenho
  5. O FAP como ferramenta de sustentabilidade empresarial

O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) é um índice crucial para a gestão de custos e segurança no ambiente de trabalho. Ele reflete o desempenho da empresa em relação a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais registrados em um período específico, sendo utilizado para ajustar a alíquota do Risco Ambiental do Trabalho (RAT), que incide sobre a folha de pagamento.

1. O que é o FAP e como ele é calculado?

O FAP é um multiplicador que varia de 0,5 a 2,0:

  • Empresas com menos acidentes e menor gravidade podem ter o FAP reduzido para 0,5, diminuindo pela metade a alíquota do RAT;
  • Empresas com mais acidentes e maior gravidade podem ter o FAP elevado para até 2,0, dobrando os custos do RAT.

A base de cálculo do FAP considera:

  1. Frequência: Número de acidentes registrados;
  2. Gravidade: Impacto dos acidentes, considerando afastamentos prolongados e óbitos;
  3. Custo: Gastos relacionados aos acidentes, incluindo benefícios pagos pelo INSS.

Esses dados são fornecidos pela Base Nacional de Informações de Segurança e Saúde no Trabalho (NIT) e analisados pelo Ministério da Previdência.

2. Impactos financeiros e organizacionais

Um FAP elevado gera custos adicionais com o aumento da alíquota do RAT e pode sinalizar problemas no ambiente de trabalho, resultando em:

  • Redução da produtividade devido a ausências e afastamentos;
  • Aumento do turnover por insatisfação dos colaboradores;
  • Danos à imagem corporativa, especialmente em mercados que valorizam a responsabilidade social.

3. Estratégias para reduzir o FAP

Um FAP elevado gera custos adicionais com o aumento da alíquota do RAT e pode sinalizar problemas no ambiente de trabalho, resultando em:  Redução da produtividade devido a ausências e afastamentos; Aumento do turnover por insatisfação dos colaboradores; Danos à imagem corporativa, especialmente em mercados que valorizam a responsabilidade social.

Investir em prevenção, gestão e tecnologia é essencial para minimizar o FAP. Confira as principais práticas:

1. Gestão eficiente de atestados e afastamentos

Controlar atestados e afastamentos é uma prática essencial para evitar registros indevidos junto ao INSS, o que pode impactar negativamente o cálculo do FAP e, consequentemente, aumentar os custos para a empresa.

Essa gestão cuidadosa envolve a verificação minuciosa de cada atestado médico apresentado, garantindo que todos os afastamentos sejam devidamente justificados e documentados.

Além disso, é importante realizar um acompanhamento contínuo dos colaboradores afastados, promovendo a reintegração ao trabalho assim que possível, de forma segura e saudável.

Diagnósticos detalhados das doenças mais prevalentes, classificados por Classificação Internacional de Doenças (CID), são fundamentais para identificar padrões e tendências de saúde dentro da organização.

Com essas informações, a empresa pode direcionar ações de saúde mais eficazes, como campanhas de prevenção, programas de bem-estar e intervenções médicas específicas, visando não apenas a redução do FAP, mas também a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores e a promoção de um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.

2. Programas de SST e saúde ocupacional

PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais):

Este programa é fundamental para a segurança no ambiente de trabalho, pois realiza uma análise detalhada dos riscos físicos, como ruídos e vibrações, químicos, como exposição a substâncias tóxicas, e biológicos, como contato com agentes patogênicos.

Após a identificação desses riscos, o PPRA propõe soluções práticas e eficazes para preveni-los, como a implementação de equipamentos de proteção individual (EPIs), melhorias na ventilação e mudanças nos processos de trabalho, garantindo assim um ambiente mais seguro para todos os colaboradores.

PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional):

Este programa é essencial para assegurar a saúde integral dos trabalhadores, abrangendo tanto o bem-estar físico quanto o mental. Ele envolve a realização de exames médicos periódicos, que ajudam a monitorar a saúde dos colaboradores ao longo do tempo, identificando precocemente quaisquer alterações que possam indicar problemas de saúde relacionados ao trabalho.

Além disso, o PCMSO promove campanhas de conscientização sobre saúde mental, incentivando práticas de autocuidado e oferecendo suporte psicológico quando necessário, contribuindo para um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado.

LTCAT (Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho):

Este laudo é um documento técnico que avalia minuciosamente as condições ambientais do local de trabalho, considerando fatores como temperatura, umidade, iluminação e ergonomia.

Com base nessa avaliação, o LTCAT determina a necessidade de aposentadoria especial para trabalhadores em condições insalubres ou perigosas. O laudo também orienta melhorias no ambiente de trabalho para reduzir riscos e promover um espaço mais seguro e produtivo.

3. Promover qualidade de vida no trabalho (PQV)

Campanhas educativas e programas voltados à prevenção de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, desempenham um papel crucial na promoção da saúde e bem-estar dos colaboradores.

Essas iniciativas não apenas educam os funcionários sobre os riscos associados a essas condições, mas também fornecem ferramentas e recursos para a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.

Por meio de palestras, workshops e materiais informativos, os colaboradores são incentivados a monitorar regularmente sua pressão arterial e níveis de glicose, adotar uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e gerenciar o estresse de maneira eficaz.

Além disso, programas de acompanhamento médico e suporte psicológico são oferecidos para garantir que os colaboradores recebam o cuidado necessário para prevenir o desenvolvimento ou agravamento dessas doenças. 

4. Monitoramento de dados e auditoria de informações

Manter os dados enviados ao INSS corretos e atualizados é fundamental para evitar distorções no cálculo do FAP, que podem resultar em custos desnecessários para a empresa. Isso envolve um processo contínuo de verificação e atualização das informações, garantindo que todos os registros estejam precisos e completos.

É essencial revisar minuciosamente os registros da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), assegurando que cada incidente reportado esteja devidamente documentado e classificado.

Além disso, é importante identificar e corrigir quaisquer inconsistências em benefícios concedidos, como pagamentos indevidos ou erros de cálculo, que possam impactar negativamente o índice do FAP.

Essa prática não só contribui para a precisão dos dados, mas também demonstra um compromisso com a transparência e a responsabilidade na gestão de segurança e saúde ocupacional.

Implementar auditorias regulares e utilizar sistemas de gestão de dados eficazes pode ajudar a manter a integridade das informações, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e financeiramente sustentável.

5. Adotar soluções tecnológicas

Plataformas de gestão de absenteísmo e monitoramento de indicadores de saúde são ferramentas tecnológicas avançadas que desempenham um papel crucial na administração eficaz dos recursos humanos dentro de uma empresa.

Elas permitem que os gestores acompanhem de perto a frequência e a saúde dos colaboradores, identificando padrões de ausência que possam indicar problemas subjacentes, como condições de saúde crônicas ou insatisfação no ambiente de trabalho.

Com o uso dessas plataformas, é possível coletar e analisar dados detalhados sobre o bem-estar dos funcionários, como taxas de absenteísmo, motivos de afastamento e indicadores de saúde, como pressão arterial e níveis de estresse.

Essas informações, quando bem interpretadas, ajudam na tomada de decisões estratégicas, permitindo intervenções como programas de saúde, ajustes no ambiente de trabalho e políticas de flexibilidade, visando reduzir o absenteísmo e melhorar a saúde e satisfação dos colaboradores.

Além disso, ao utilizar dados confiáveis e atualizados, a empresa pode antecipar tendências e se preparar melhor para desafios futuros, garantindo um ambiente de trabalho mais produtivo e sustentável.

6. Engajamento da liderança e colaboradores

Para promover um ambiente de trabalho seguro e saudável, é fundamental implementar campanhas internas de segurança que sejam abrangentes e contínuas.

Essas campanhas devem incluir a disseminação de informações sobre práticas seguras, a importância do uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a conscientização sobre os riscos associados a diferentes atividades laborais.

Além disso, é essencial organizar treinamentos regulares que capacitem os colaboradores a identificar e mitigar riscos potenciais, bem como a responder adequadamente em situações de emergência. Esses treinamentos podem ser complementados por workshops interativos e simulações práticas que reforcem o aprendizado teórico.

Para incentivar ainda mais a adesão às boas práticas de segurança, a empresa pode instituir um sistema de premiações que reconheça e recompense os colaboradores que se destacam na promoção de um ambiente de trabalho seguro.

O envolvimento de toda a equipe é crucial para consolidar uma cultura de prevenção eficaz. Isso significa que todos os níveis da organização, desde a alta liderança até os colaboradores de linha de frente, devem estar comprometidos com a segurança.

A liderança deve dar o exemplo, demonstrando seu compromisso com a segurança através de ações concretas e comunicação clara. Ao mesmo tempo, os colaboradores devem ser encorajados a participar ativamente, oferecendo feedback sobre as práticas de segurança e sugerindo melhorias.

Essa abordagem colaborativa não só fortalece a cultura de prevenção, mas também promove um ambiente de trabalho mais coeso e motivado, onde todos se sentem responsáveis pela segurança coletiva.

4. Taxas de frequência e gravidade: indicadores de desempenho

Para o cálculo do FAP, são utilizados dois indicadores principais:

  1. Taxa de Frequência (TF): Mede a previsão de acidentes para um milhão de horas trabalhadas.
    • Até 20: Excelente
    • 20,1 a 40: Bom
    • 40,1 a 60: Ruim
    • Acima de 60: Péssimo
  2. Taxa de Gravidade (TG): Avalia os dias perdidos por acidentes, determinando a eficácia das políticas de SST.
    • Até 500: Excelente
    • 500,01 a 1.000: Bom
    • 1.000,01 a 2.000: Ruim
    • Acima de 2.000: Péssimo

Os dias perdidos incluem afastamentos por lesões, enquanto os dias debitados levam em conta casos de morte ou incapacidade permanente, seguindo normas da NBR 14280.

5. O FAP como ferramenta de sustentabilidade empresarial

Mais do que um índice financeiro, o FAP reflete a qualidade do ambiente de trabalho. Reduzir o índice significa não apenas economia, mas também um compromisso com a saúde e segurança dos colaboradores.  Empresas que investem em prevenção e tecnologia têm mais chances de manter o FAP sob controle, fortalecendo sua reputação no mercado e garantindo um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

Mais do que um índice financeiro, o FAP reflete a qualidade do ambiente de trabalho. Reduzir o índice significa não apenas economia, mas também um compromisso com a saúde e segurança dos colaboradores.

Empresas que investem em prevenção e tecnologia têm mais chances de manter o FAP sob controle, fortalecendo sua reputação no mercado e garantindo um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

 

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