Vírus da dengue: estamos numa epidemia?
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos prováveis para a dengue já soma mais de 1.9 milhão e até o momento, o Brasil já registrou 630 óbitos por dengue. Sem sombra de dúvida, os números são alarmantes, não é mesmo? Isso sem contar que um pouco mais de 1.000 óbitos estão em investigação, deixando o cenário ainda mais preocupante. Respondendo a pergunta acima, sim, tudo indica que o Brasil enfrentará em 2024 a pior epidemia de dengue da história. Com base nos critérios da OMS, o Estado de São Paulo, por exemplo, já atingiu o nível de epidemia.
O que é e como ocorre a transmissão da dengue?
Trata-se de uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O vírus é transmitido pela picada do mosquito nas regiões dos pés, tornozelos, pernas, braços, bem como em outras áreas expostas do corpo.
O que acontece quando a pessoa está com dengue?
Os sintomas mais comuns da dengue são: dor de cabeça e nos olhos, febre alta, muitas vezes passando de 40 graus, dor nos músculos e articulações, manchas avermelhadas por todo o corpo, falta de apetite e fraqueza. Podem incluir também manifestações hemorrágicas, indicando um caso mais grave da infecção.
Qual a diferença entre dengue clássica e dengue hemorrágica?
A dengue clássica e a dengue hemorrágica são estágios diferentes da mesma infecção.
A dengue clássica se limita a sintomas como febre muito alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos e mal estar.
A dengue hemorrágica se manifesta após três a cinco dias da clássica evoluindo para um quadro grave marcado por queda de pressão, suor em excesso, deixando a pele esbranquiçada e as extremidades frias e sangramentos nas gengivas e no nariz (em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias). Por ser considerada uma doença muito grave, podendo levar à morte, é vital a pessoa com dengue hemorrágica ser tratada em internamento hospitalar, pois é necessária a administração de medicamentos diretamente na veia e máscara de oxigênio em alguns casos.
Quais são os exames feitos para diagnosticar a dengue?
No Brasil, estão disponíveis três tipos de exames para diagnosticar a dengue:
- Antígeno NS1 - recomendado fazer nos primeiros dias da infecção (até o 5º dia), permitindo um diagnóstico precoce da doença, via teste rápido ou coleta de sangue.
- Sorologia - recomendado fazer após o 6º dia de sintomas, via teste rápido ou coleta de sangue.
- RT-PCR - deve ser feito nos primeiros dias, no máximo cinco a sete dias da doença, via coleta de sangue.
No caso do teste rápido, pode levar no máximo duas horas para sair o resultado.
No caso da coleta de sangue, o prazo varia de acordo com o laboratório.
Qual é o tipo de tratamento da dengue e quanto tempo dura?
Não há tratamento específico. A medicação é apenas para aliviar as dores e reduzir a febre com uso de analgésicos e antitérmicos.
A duração dos sintomas da infecção depende muito do estado de saúde do paciente antes de adoecer e o tipo da dengue que ele contraiu.
No geral, os sintomas da dengue clássica duram de 2 a 7 dias. Por outro lado, a dengue hemorrágica tem uma duração de 5 a 7 dias.
Quais ações podem ser feitas para proteger seus funcionários do vírus da dengue no ambiente de trabalho?
São muitas as ações que a empresa pode adotar. A seguir, listamos algumas que costumam ser muito eficazes no ambiente de trabalho:
- Eliminação de copinhos plásticos, tampas de garrafas e sacos abertos que possam acumular água ajudam no combate à dengue;
- Utilização de repelente tanto nos ambientes internos quanto externos;
- Instalação de telas de proteção em portas e janelas, é uma maneira excelente de bloquear a entrada do mosquito transmissor da dengue;
- Realização de campanhas educativas para estimular o funcionário a também adotar medidas preventivas em sua residência.
Epidemia e o aumento de atestados falsos
Mesmo as empresas tomando as devidas providências, diante desse momento desafiador, alguns funcionários vêem a oportunidade para tirar proveito. Muitas empresas têm relatado receber uma quantidade significativa de atestados médicos falsos, em especial para Dengue. E não somente isso. Muitas dessas empresas alegam ter dificuldades em identificar atestados médicos falsos e com isso, alguns documentos passam despercebidos, resultando em o funcionário ficar sem trabalhar por alguns dias, e às vezes, ficando uma semana inteira de atestado ou mais. Mas como identificar um atestado falso?
Hoje em dia, o que torna essa tarefa um desafio é saber que as formas de falsificar atestados médicos estão muito além de fazer uma rasura para alterar dados tais como: data e período de afastamento. Pessoas más intencionadas têm a “brilhante ideia” de furtar blocos de atestados e carimbos de um consultório médico abrindo portas para o comércio ilegal de atestados médicos.
Por essa razão, identificá-los nem sempre é fácil, mas não é impossível!
Conclusão: é preciso proteger os funcionários e também a própria empresa
Neste artigo, vimos o quão grave é o vírus da dengue e como as empresas podem contribuir para a proteção de seus funcionários. No entanto, vimos que a empresa também precisa se proteger de possíveis fraudes, considerando que o período de epidemia é motivo suficiente para o aumento da circulação de atestados médicos falsos.
Você tem enfrentado esse tipo de situação em sua empresa e não sabe como agir? Então, não deixe de ler os dois artigos a seguir:
> Atestados médicos falsos: O que fazer com atestados médicos com indícios de fraude?
> Atestado médico no trabalho: a empresa pode recusar?