Programas de saúde corporativa: estratégia eficiente para reduzir o absenteísmo

A gestão do absenteísmo é um dos principais desafios enfrentados pelas áreas de Recursos Humanos e Saúde Ocupacional nas empresas. As ausências frequentes de colaboradores afetam diretamente a produtividade, elevam os custos operacionais e impactam o clima organizacional.

Diante desse cenário, os programas de saúde corporativa se destacam como uma solução estratégica e eficiente para reduzir o absenteísmo e promover o bem-estar no ambiente de trabalho.

1. O que são programas de saúde corporativa?
2. Como construir um bom programa de saúde na minha empresa?
3. Quais impactos os programas devem causar e como acompanhar?

O que são programas de saúde corporativa?

Os programas de saúde corporativa são conjuntos estruturados de ações e políticas voltadas à promoção da saúde, prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

Seu principal objetivo é criar ambientes de trabalho mais seguros, saudáveis e produtivos, por meio de iniciativas que vão além das obrigações legais, integrando saúde física, mental, emocional e social no cotidiano organizacional.

Esses programas têm ganhado destaque como estratégia de gestão de pessoas, contribuindo para a retenção de talentos, redução do absenteísmo e presenteísmo, controle da sinistralidade dos planos de saúde e fortalecimento da cultura organizacional.

Embora muitos aspectos dos programas de saúde corporativa sejam voluntários, algumas iniciativas se baseiam em obrigações legais previstas em normas trabalhistas, como:

• CLT (Consolidação das Leis do Trabalho): prevê a obrigação do empregador de zelar pela segurança e saúde dos trabalhadores (Art. 157).

• NR-7 (Norma Regulamentadora 7): estabelece a obrigatoriedade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que envolve exames médicos admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho e demissionais.

• NR-1: Obrigatoriedade de PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), dentro do novo GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).

Além disso, programas que envolvem saúde mental, ergonomia, qualidade de vida ou incentivo à atividade física podem ser incorporados às práticas de compliance trabalhista, segurança psicológica e responsabilidade social corporativa (ESG).

O importante é entender que quando se fala de absenteísmo, não estamos olhando somente para o tratamento das populações afetadas, mas também para a prevenção a partir de análises das causas e conscientização de nossos colaboradores. 

Como construir um bom programa de saúde na minha empresa?

Para ter bons programas de saúde, é necessário que algumas etapas seja seguidas e alguns pontos de atenção sejam observados, dentre eles: 

• • • Sinistralidade: Quais grupos, patologias ou condições têm maior incidência de sinistros e maior custo. 
      
      
    • Afastamento INSS: Doenças mais graves, caracterização NTEP e aumento FAP (fator acidentário de prevenção) e RAT (riscos de acidentes de trabalho). 
      
      
    • Tempo de afastamento: Quais são as doenças que apresentam maior tempo de afastamento? Como trabalhar a prevenção de suas complicações, reduzindo assim o tempo de afastamento. 
      
      
    • Temas de saúde pública e DCNT (doenças cronicas não transmissíveis): Alinhamento de prioridades sociais e impacto na saúde da população. Quais os principais focos que tenho que ter olhando para a realidade da minha população?

É importante que tudo seja feito de maneira personalizada na sua empresa, buscar referências em outros lugares sempre é ideal, mas para programas de saúde que tragam impacto para a sua organização, esses devem ser personalizados e adequados a sua realidade. 

Melhor prevenir do que remediar 

Podemos dizer que existem 3 níveis diferentes de prevenção:

Prevenção primária 

É a busca por causas raízes que acabam gerando maiores afastamentos. O primeiro passo para conseguir construir bons programas de saúde e consequentemente reduzir o absenteísmo é encontrar os riscos que seus colaboradores estão expostos para a construção de medidas preventivas. 

Além disso, é o espaço para conscientização, com capacitações e uma comunicação adequada para todos da empresa, alcançando até as mais altas lideranças. 

Prevenção secundária 

Aqui podem ser executadas pesquisas com a sua população, por meio de formulários, para entender quais as principais doenças que podem acometer as pessoas com quem trabalhamos. Assim, também é possível trabalhar de maneira preditiva, buscando antecipar maiores problemas futuros com as ausências. 

Prevenção terciária 

É importante nessa etapa fazer o mapeamento de locais na região que podem sanar os problemas com maior eficácia, direcionando seus colaboradores para atendimento de qualidade.

Além disso, desenvolver parcerias com postos de saúde e hospitais é uma boa saída para diminuição de gastos e agilidade no tratamento de eventuais doenças que podem atingir os funcionários da sua empresa. 

Hierarquia de controle de riscos 

A hierarquia de riscos consegue trazer clareza em quais devem ser os processos executados para um melhor gerenciamento dos possíveis perigos que podemos ter em nosso ambiente de trabalho. 

Nele conseguimos ver diferentes estágios de controle dos riscos, sendo o eliminar o mais eficaz. Geralmente essa hierarquia é seguida de baixo para cima, prezando sempre pela eliminação do risco dentro das atividades da sua empresa.

Programas de Saúde mental e riscos psicossociais

Com as atualizações da NR-1, um foco grande é dado para as questões relacionadas aos riscos psicossociais, aqueles provenientes de questões relacionados à organização, gestão e dinâmica do trabalho que podem impactar negativamente a saúde física e mental dos colaboradores, levando em casos mais sérios ao estresse ocupacional, burnout e outros problemas psicofisiológicos. 

A busca por uma implementação adequada das novas questões relacionadas a NR-1 deve ser feita de maneira atenta e que busque não só estar de acordo com a legislação, mas também que consiga trazer de fato experiências positivas para seus colaboradores. 

Para ajudar na implementação adequada das mudanças da NR-1 na sua empresa, você pode acessar o nosso check list da NR-1, onde detalhamos etapas essenciais para um bom gerenciamento dessa temática, sendo elas:

• • • Passo 1: Mapeamento dos riscos psicossociais
    • Passo 2: Montar Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
    • Passo 3: Implementar ações e controle
    • Passo 4: Capacitação e Treinamento
    • Passo 5: Monitoramento Contínuo
    • Passo 6: Preparar-se para a fiscalização